Quem sou eu
- Seminário Internacional de Crítica Teatral
- A Renascer Produções Culturais organiza o Seminário Internacional de Crítica Teatral desde 2005 evento que reúne estudantes, profissionais e estudiosos de diferentes formações acadêmicas em um compartilhar de experiência, opinião e conhecimento dos mais diversos países, com o propósito maior de fazer avançar o desenvolvimento do discurso crítico sobre a criação teatral, em todo o mundo. O exercício da crítica de teatro como disciplina e a contribuição para o desenvolvimento das suas bases metodológicas constituem, assim, a prática do Seminário Internacional de Crítica Teatral, levada a cabo por críticos do teatro e uma gama de especialistas nas áreas de conhecimento que entrecruzam comunicação, história, filosofia, arte, literatura e teoria teatral, dentre outras. O Seminário Internacional de Crítica Teatral é um projeto que busca implementar no estado de Pernambuco um espaço permanente de debate sobre a estética teatral contemporânea. A edição 2011 tem como tema o Teatro fora dos Eixos. Todas as atividades desenvolvidas pelo seminário terão como base a discussão das poéticas cênicas que estão se propondo em produzir trabalhos que estão fora do cânone do teatro ocidental.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Programação de Hoje
Ás 19h - Auditório do Bloco J da Unicap (Rua Nunes Machado, 42, Boa Vista)
*Ian Herbert
Palestra: Teatro Europeu de 2000 a 2010 -
Resumo:
As grandes mudanças no teatro europeu datam de antes do ano 2000, tendo início com a queda do muro de Berlim em 1989. Esse foi o momento em que o teatro do antigo bloco soviético saiu de anos de censura e repressão para renascer como um teatro nacional com características próprias. Não houve, todavia, uma corrida para encenar peças que foram proibidas em épocas anteriores. Na verdade, provavelmente os comentários mais interessantes sobre o retorno da democracia na Europa Oriental partiram de autores britânicos. O final do século XX viu também o fim do domínio do teatro europeu por alguns excepcionais diretores como Giorgio Strehler, Lubimov Yuri, Peter Brook, Peter Stein e Patrice Chéreau, os quais parecem ter sido, em certos momentos, menos saudados, ainda que apresentassem trabalhos de qualidade. Em outra esfera, a propagação mundial do musical popular que ainda era comercialmente forte nas produções de Andrew Lloyd Webber e Cameron Mackintosh, foi se tornando menos influente em termos artísticos. A primeira década do novo milênio foi marcada por mudanças na técnica e na importância do teatro em muitos países europeus. Avanços no uso do som e da iluminação tornaram as produções mais ousadas, e a introdução de câmeras no palco levou o teatro para mais perto do cinema. A escola de teatro baseada no texto já não ocupa um lugar central, e onde era priorizado esse tipo de teatro, é provável que tenha sido submetido a adaptações “pós-modernas” que muitas vezes o tornou irreconhecível. Um resultado positivo desta iconoclastia é uma maior ênfase no teatro físico e planejado, além de uma fusão de dança e teatro. A mímica e o teatro de marionetes voltaram à cena, contribuindo para desvendamentos valiosos no teatro europeu. Ocorreu também uma busca salutar pelas velhas tradições teatrais de outras partes do mundo, incluindo Índia, Japão e China. Intercâmbio maior, dado geralmente através de festivais, possibilitou aos encenadores experimentarem o que havia de melhor em muitos outros países, incluindo o teatro de grandes companhias da América latina. A cena também sai do espaço do teatro convencional, com belos trabalhos realizados em espaços alternativos. Contudo, o teatro continua a cumprir seu papel social bem como artístico com o desenvolvimento do teatro político e de documentário em muitos países do continente, e com as tentativas do lado oriental de tocar em temas antes reprimidos e embaraçosos de sua história recente. A ênfase em novos dramaturgos, lidando com temas contemporâneos, muitas vezes violentos, amplamente difundidos desde suas primeiras abordagens pelos britânicos do In-yer-face Theatre*, mas que se pode afirmar terem sido adaptados na maioria dos países desde um primeiro momento -o qual não podemos considerar estéril-, numa tentativa ingênua em benefício próprio. Em meu trabalho, convido todos para a reflexão sobre algumas destas tendências, enfocando os grupos e diretores de toda a Europa que estiveram envolvidos em alguns dos trabalhos mais interessantes do período destacado.
*Ian Herbert - Foi editor e divulgador da revista Theatre Record de 1981 até 2003, sendo atualmente seu consultor. De 1984 a 1991, editou a revista de técnicas de teatro Sightline. Hoje escreve regularmente para revistas de teatro do mundo inteiro, o que inclui uma coluna quinzenal no jornal The Stage. Presidente de 2001 a 2008 da Associação Internacional de Críticos de Teatro da qual é agora presidente honorário, dirigiu nesta os Seminários de Jovens Críticos de 1994 a 2001. Em Londres, ele também é presidente da Sociedade de Pesquisa Teatral e administrador do Círculo de Críticos e da Coleção de Teatro Mander & Mitchenson. Herbert é ainda professor visitante de três universidades dos Estados Unidos e lecionou em vários países do mundo.
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Espero que o Seminário Internacional de Crítica Teatral (2010) tenha muito sucesso no âmbito literário.
ResponderExcluirCom peças baseadas nas obras dos nossos autores.
Grato!
Mais uma vez endosso as palavras do poeta Calvino. Obrigada a todo pessoal de teatro!
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