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A Renascer Produções Culturais organiza o Seminário Internacional de Crítica Teatral desde 2005 evento que reúne estudantes, profissionais e estudiosos de diferentes formações acadêmicas em um compartilhar de experiência, opinião e conhecimento dos mais diversos países, com o propósito maior de fazer avançar o desenvolvimento do discurso crítico sobre a criação teatral, em todo o mundo. O exercício da crítica de teatro como disciplina e a contribuição para o desenvolvimento das suas bases metodológicas constituem, assim, a prática do Seminário Internacional de Crítica Teatral, levada a cabo por críticos do teatro e uma gama de especialistas nas áreas de conhecimento que entrecruzam comunicação, história, filosofia, arte, literatura e teoria teatral, dentre outras. O Seminário Internacional de Crítica Teatral é um projeto que busca implementar no estado de Pernambuco um espaço permanente de debate sobre a estética teatral contemporânea. A edição 2011 tem como tema o Teatro fora dos Eixos. Todas as atividades desenvolvidas pelo seminário terão como base a discussão das poéticas cênicas que estão se propondo em produzir trabalhos que estão fora do cânone do teatro ocidental.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Leitura Crítica - Mancha de Sangue

MANCHA DE DÚVIDA


Vinícius Vieira

Apagam-se as luzes. A penúltima apresentação do festival de cenas curtas, o RECIFASTTEATRO, está para começar. A esquete Mancha de Sangue do grupo teatral Anjos de Teatro inicia com a entrada eletrizante da música heavy metal. Os atores aparecem no palco e a expectativa cresce, mas logo é desiludida com a tentativa frustrada de um trabalho que pretendia impactar a platéia em um final surpreendente.

A história perpassa o período da inquisição, momento em que a Igreja detinha grande poder na sociedade. Quatro personagens encontram-se encarcerados e estão prestes a queimar na fogueira pelas práticas subversivas que cometeram, são valores de um período que soam como absurdo para os nossos dias, embora ainda encontremos “alguns” preconceitos alicerçados na fé cristã ou na ignorância de algumas pessoas. Em meio a aflição de aguardar a morte os prisioneiros desafiam o poder supremo com o suicídio, ato-manifesto que traz a tona o misto de coragem e covardia. Porém nesse grupo há um bruxo, o único sobrevivente, que usa a persuasão para ludibriar os demais convencendo a todos que se matem. Em seu triunfo o feiticeiro revela que tudo não passou de uma aposta com o inquisidor.

Esse era o final surpreendente.

A encenação revela fragilidade, a dramaturgia e a interpretação são inconsistentes e a platéia, ao término da apresentação, fica com uma mancha questionadora na cabeça além da sensação de vazio e incompletude. A luz geral ilumina o espaço e ficamos a perguntar: o que aconteceu?

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